Narrações do Infinito

     Quando você pensa em algo muito rápido, verdadeiramente veloz  responda de imediato o que vem à sua mente.
     Resposta correta se pensou na LUZ.

     Nada viaja mais rápido que a luz. Seus 300 milhões de metros por segundo é o valor arredondado da luz no vácuo e pode ser medida com o uso de laser atualmente...mas nem sempre foi assim.



     No passado acreditava-se que a luz era infinita, até que o questionamento de um filósofo do século V a.C. chamado Empédocles plantou a dúvida que necessitou mais de 2000 anos para ser comprovada.
   Anos se passaram e o mistério não encontrava resposta.






   Isaac Beeckman em 1629, Galileu Galilei em 1638 tentaram experimentos utilizando pólvora e lanternas mas estes foram inconclusivos, contudo estavam no caminho certo.



 



 Direcionando sua atenção ao Cosmos, o dinamarquês Ole Römer em 1675 observando as  luas de Júpiter pode concluir, ao analisar as órbitas, que a velocidade era verdadeiramente alta e suas publicações serviram de base para estudos posteriores.

 


   Nos séculos seguintes James Bradley, Hyppolite Louis Fizeau, Leon Foucalt chegaram a valores bem aproximados aos atuais, Michelson e Morley usaram interferômero e repetiram várias vezes os experimentos sem compreenderem os resultados.










      Foi quando Albert Einstein com o advento da teoria da Relatividade Restrita pode explicar:
 "A velocidade da luz no vácuo (em relação a um referencial inercial) é CONSTANTE em todas as direções que ela for medida" ou seja, mesmo que este referencial esteja em movimento, a velocidade da luz no vácuo é sempre a mesma.






     Saber que a velocidade da luz é constante, fez o homem sonhar com a possibilidade da viagem no tempo e no espaço.


     Astrônomos utilizam como medida espacial o "Ano Luz", pois medir distâncias tão extensas não seria nada prático utilizando metros ou quilômetros.

     Um ano luz corresponde à distância percorrida pela luz no vácuo pelo período de um ano.




     Então, TODA visão de alguma coisa no Cosmos adotando como referencial a Terra, não nos chega imediatamente...

 
   Um exemplo é a luz do Sol.

   Ela leva 8,3 minutos para sair do Sol e chegar até nós aqui na Terra, o que faz com que levemos este tempo para saber se algo catastrófico aconteceu por lá...e assim com todas as estrelas, galáxias e toda e qualquer informação que vier do Espaço sideral.





   A conclusão imediata disso tudo é simples e intrigante: A luz de todo aquele céu estrelado que vemos a noite, numa daquelas noites de verão, na verdade foi emitida há muito, muito tempo. Muitos destes astros podem nem existir mais. Mesmo a luz sendo tão rápida quando olhamos o céu a noite, estamos observando o PASSADO.




     Como o PRESENTE vivencia o PASSADO?
     Numa visão momentânea isto parece impossível, ilógico e até mesmo ilusório. Assim como a luz que nos chega, partindo inicialmente momentos, minutos ou milênios antes de algum ponto específico, a nossa relação com o Tempo também é diretamente afetada.

    Muitos cientistas se questionaram a respeito disso, mas para um deles, isso virou quase uma obsessão. Albert Einstein não só perseguiu a verdade que acreditava ter, como a comprovou por intermédio da Teoria da Relatividade. Sua fé na Ciência baseava-se no questionamento do "Pensamento de Deus".

                     Intelecto + Fé ?? Seria possível?

     A fé raciocinada independe de religiões e
crenças dogmáticas. Estas  corrompem os homens em seus valores mais íntimos, às vezes obscuros, levando-os a "guerras santas", abrindo brechas que permitem genocídios em nome de "Deus" como a Inquisição, as Cruzadas, numerosos conflitos "santos" além de tantos outros que fizeram História pelo derramamento de sangue em prol de ideologias extremistas e orgulhosas.






    A religião é criação do Homem, e é falível por este motivo. Necessário se faz separar o conceito de FÉ do conceito de Religião.
   





   Historicamente, os povos sentiam a necessidade de seguir um Líder, e isso estabeleceu-se como crença, para explicar fenômenos naturais até então atribuídos a castigos dos Deuses. 





                                                        
   A Religião veio como fator limitador do comportamento do Homem. Tinham os deuses como figuras enérgicas, impositivas, impiedosas se necessário. 

Proporcionavam Temor e exigiam obediência excessivamente dominante, que muitas mortes vieram decorrentes destas mistificações. Um simples cometa era indício de pragas, doenças ou de um reinado mal sucedido no porvir.



      Desde os primórdios sabemos que a FÉ é algo inerente ao homem, a CRENÇA é a fé direcionada e a RELIGIÃO um limitador de ações. Muitos ateus acreditam em energias superiores, praticam caridade melhor que muitos "fiéis", seguem as leis da natureza , mas não concordam com doutrinas religiosas. Muitos "crêem" na Ciência, na racionalidade. Isso não é ruim. É apenas um outro ponto de vista .

     Ruim é o EXTREMISMO, a arrogância da opinião unilateral, o fanatismo e principalmente, a falta de respeito entre opiniões divergentes. Há espaço para todos no mundo, e no amor de Deus, como cada um quiser.

     Numa leitura feita há alguns anos, deparei-me com informações que curiosamente ofereciam
explicações para fenômenos de nossa atualidade como os mistérios da "Luz". O livro "Narrações do Infinito" de Camille Flamarion foi escrito em 1866 e narra o diálogo de dois seres em mundos diferentes.

      Um deles descreve sua condição pós morte, a um amigo aqui na Terra. Seria um livro de leitura interessante acerca da física da relatividade e do mistério que encobre o Além, não fosse a data de sua publicação, no século 19.

     Citam-se a velocidade do som (340m/s), a velocidade da luz, o tempo que leva para vir do sol à Terra (8,3 min.) que esta mesma luz leva 42 minutos para chegar até Júpiter, informações que para a época seria no mínimo algo novo a se pensar.

   A condição moral que este Espírito adquiriu ao longo de suas vivências, permitiu-o estar em Capela, estrela de primeira grandeza na constelação do Cocheiro, de onde o nosso sol era simples ponto de luz estelar.






   Ele explica que a luz que sai de Capela levaria décadas para chegar até a Terra e vice versa, devido à distância de ambos os locais. Isso tornaria possível, em condições mais elevadas que aquele mundo mais avançado fornece entre tantas vantagens, a visualização do passado na Terra, pois a luz daqueles momentos ainda estaria viajando pelo espaço.


     Mas como assim, visualizar?




   Ele descreve que em mundos mais adiantados várias de nossas limitações físicas são totalmente alteradas. Seria um tipo de "X Men", ou super poderes aos padrões terrenos. Todos os sentidos seriam altamente aguçados, o corpo muito mais leve e sutil, necessidades básicas e fisiológicas minimizadas, modelos de um mundo de Regeneração.

   A visão do habitante daquele astro  seria similar aquela, vista de um telescópio, bastando apenas a concentração e intenção para ajustar o foco.
    Enfim, narra fantásticas possibilidades que HOJE julgamos fantasiosas ou absurdas, mas assim o fizemos também nos séculos anteriores a respeito do que não conseguíamos explicar como o eletromagnetismo, a eletricidade, a disposição planetária, etc...

 
     O desconhecido causa desconforto, medo e dúvida. Isso é totalmente natural na nossa condição humana.



    " Narrações do Infinito" nos brinda com a história deste magnífico homem:

Camille Flamarion   ( Nicolas Camille Flamarion)


 Nascimento: 26/ 02/ 1842  - Montigny-le-Roy   - França
 Falecimento: 03 /06/ 1925 -  Juvisy  -  França
 
Criança muito inteligente, dos 4 aos 6 anos aprendeu a ler,escrever e ter noções de gramática e aritmética. Interessado em seguir uma carreira eclesiástica teve aulas de latim com um vigário, onde pode ter contato com o Novo Testamento e Oratória. O padre também falava sobre a beleza da Ciência, Astronomia e Universo e Camille se apaixonava cada vez mais por estes temas.
Mais tarde, Camille foi trabalhar como aprendiz de gravador. Não recebia muito, o suficiente para  pagar seus estudos de matemática, língua inglesa e latim. Queria obter o bacharelado e por isso estudava sozinho à noite, e como sempre foi humilde e nem sempre podia comprar velas, então estudava ao clarão da lua, após 15 a 16 h diárias de trabalho o que lhe causava estafas por conta dos exageros de dedicação.

     Ingressou na Escola de Desenho dos frades da Igreja de São Roque, e passou a assistir  às conferências feitas pelo abade sobre Astronomia.

    Escreveu seu primeiro livro aos 16 anos e com a ajuda do irmão que era livreiro conseguiu publicá-lo.
    Em 1883 fundou o Observatório de Juvisy na França, onde passou a realizar seus trabalhos de astronomia, climatologia e metereologia e foi um importante divulgador da Astronomia, tornando-a algo mais popular.

     Seu contato com o espiritismo se deu um dia ao "acaso" ao folhear um artigo solto de "O livro dos Espíritos" publicado em 1857. O título do texto era "Pluralidade dos Mundos", tema que Flamarion estava trabalhando para ser publicado no ano seguinte. A grande questão é que o livro referenciava-se aos Espíritos...o que ele resolveu pesquisar mais a respeito.


   Procurou Allan Kardec ( codificador da Doutrina Espírita) e passou a assistir as reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas onde obteve diversas mensagens assinadas por Galileu, algumas das quais Kardec inseriu em "A Gênese" (1868).
Logo foi convidado pelo mestre a ser "Membro Associado Livre". Flammarion declara, sem esconder sua justa satisfação, que o respectivo documento de inscrição, datado de 15 de novembro de 1861, fora assinado pelo próprio Presidente, Allan Kardec.

 Ele passou anos de sua vida buscando fatos, sobre os quais construiu a convicção na imortalidade da alma, na comunicabilidade dos espíritos e na existência de faculdades extra-sensoriais nos homens, o que frutificou-se na Metapsíquica de Richet e posteriormente na Parapsicologia de Rhine.
     Esta sua visão de ciência e as suspeitas que passou a ter para com os aspectos filosóficos e religiosos do Espiritismo não o tornaram, contudo, um iconoclasta, aos moldes de alguns críticos contemporâneos do aspecto religioso do Espiritismo. Suspeitando do método de Kardec, 
Flammarion lançou-se ao estudo continuado da fenomenologia espírita, oferecendo-nos, quando desencarnou, uma obra que tornou mais sólidas as bases científicas da doutrina espírita. 

Crítico dos sistemas religiosos e das verdades misteriosas bastante difundidos em sua época, Flammarion se rendia ao espírito religioso e à construção de uma religião natural, sem dogmas, sem mistérios e sem sobrenatural, como o pensava Allan Kardec.

  Espírita convicto, foi ele o escolhido para fazer a prece durante o enterro do Codificador do Espiritismo, na ocasião em que este desencarnou.

  As obras deixadas por Camille, de uma forma geral, falam sobre o postulado espírita da pluralidade dos mundos habitados: "Os Mundos Imaginários e os Mundos Reais", "As Maravilhas Celestes", "Deus na Natureza", "Contemplações Científicas", "Narrações do Infinito", "Sonhos Estelares", "A Morte e seus Mistérios" entre muitas outras.


 Impressionante a energia deste homem, que desencarnou após uma vida de intensa produção aos 83 anos de idade, também na França.  Seu corpo está enterrado nos jardins do Observatório de Juvisy, na França.

http://www.autoresespiritasclassicos.com/Camille%20Flammarion/Inicio/Camille%20Flammarion.htm

https://todayinsci.com/F/Flammarion_Camille/FlammarionCamille-Bio.htm



     A intenta pretensão em querer me aproximar de DEUS ,buscando entender a Ciência pode ser em  primeiro momento de difícil compreensão. Mas como a Fé raciocinada ela busca o equilíbrio entre o desconhecido sem medo e o comprovado real. O Tempo como provou-nos Einstein , é uma medida relativa e necessitou-se da LUZ para que se fizesse "luz" nos caminhos das pesquisas. Este mesmo tempo é  único para cada um de nós...Tudo a seu tempo, o nascimento, a maturidade, as mudanças interiores, o envelhecimento...tudo isso dependente do nosso tempo de vida, e principalmente do que escolhemos fazer com este "Tempo". 
   Hoje de forma muito pessoal fecho este Post com uma das frases que sempre carrego comigo, e não é de um grande cientista ou de um respeitável espiritualista como costumo homenagear...mas de Gandalf, da obra de J. R. R. Tolkien em "O Senhor dos Anéis" :



" Não podemos escolher o tempo que vamos viver, tudo o que podemos fazer é decidir o que fazer com o tempo que nos é dado".
                                                                                                                                        Gandalf


                                                                                                               JRCesar



Para saber um pouco mais:



       Observatório de Juvisy - Camille Flamarion




*Observatório Astronômico 
                  Juvisy-sur-Orge

 






Ìntegra do Discurso no enterro de Allain Kardec por Camille Flamarion  em 1869 no Cemitério de Père Lachaise em Paris.
http://ipeak.net/site/estudo_janela_conteudo.php?origem=6320&idioma=1






Museu Galileo Galilei

Piazza dei Giudici, 1, 50122 Firenze FI, Itália

O Palazzo Castellani é um palácio de Florença que se encontra na Piazza dei Giudici, logo por trás da esplanada da Galleria degli Uffizi.


https://www.museogalileo.it/it/









Referências:

https://www.rp-photonics.com/velocity_of_light.html
https://www.google.com.br/search?q=cvelocidade+da+luz&oq=cvelocidade+da+luz&aqs=chrome..69i57j69i59l2j5l3.9524j0j8&sourceid=chrome&ie=UTF-8
http://www.quimlab.com.br/guiadoselementos/formacao_elementos.htm
https://todayinsci.com/F/Flammarion_Camille/FlammarionCamille-Bio.htm


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